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A diferença entre asana e postura no Yoga

Às vezes, ainda recebo pessoas que chegam com o corpo no Shala, mas com a cabeça no espelho e nas redes sociais. Querem resultado. Querem performance. Querem “sentir que suaram”. Querem fazer posturas mirabolantes. Querem aprender poses em vez de asanas.

alunos no studio de yoga

E há uma diferença enorme entre uma coisa e outra.


Pose é imagem. Asana é presença. Pose é sobre fora. Asana é sobre dentro. Pose é conquista. Asana é entrega.


Essa diferença, apesar de parecer sutil na superfície, é o que define se uma prática de Yoga é realmente transformadora — ou apenas mais uma atividade física na rotina agitada de quem só sabe acelerar.


A armadilha da performance disfarçada de espiritualidade

Vivemos numa cultura obcecada por resultados visíveis. O corpo esculpido, a roupa certa, a selfie perfeita, o equilíbrio na invertida. Até mesmo no universo do Yoga, essa lógica se infiltrou. Vemos isso nas redes sociais, nas revistas, em aulas que vendem Yoga como uma alternativa fitness, prometendo tônus muscular, emagrecimento e flexibilidade. Nada contra cuidar do corpo — ele é nosso templo. Mas o Yoga não é sobre exibição. É sobre introspecção.


Quando alguém entra numa sala de prática buscando apenas "alinhar" a postura, atingir o alongamento máximo, ou sair com a sensação de esforço físico intenso, há uma desconexão com a essência do Yoga. Não porque suar seja um problema, ou porque cuidar do corpo seja errado — mas porque a prática vira um fim em si mesma, e não um caminho.


Uma aluna que queria só poses

Uma aluna em especial, que mantenho no anonimato por respeito, chega sempre com essa energia. Ela tem força. Tem disciplina. Tem controle. Mas não tem entrega.

Desde o primeiro dia, percebi sua postura impecável — tecnicamente. Mas havia algo que não fluía. Era como se, mesmo no meio do grupo, ela praticasse sozinha. Como se o Yoga fosse um treino pessoal de superação física. Ela queria fazer todas as posturas avançadas. Queria dominar cada transição. Mas não se permitia respirar com profundidade, fechar os olhos, se observar. Sua presença era rígida. Sua prática, um esforço.


Com o tempo, percebi que ela não fazia perguntas sobre o Yoga. Não se interessava pelos yamas e niyamas, pelos pranayamas, pelos textos que eu enviava. Quando eu propunha uma meditação guiada, era visível seu desconforto. E tudo bem — cada um está num momento. Mas essa postura também interfere na energia do espaço.


Yoga não é pra te impressionar. É pra te transformar.

Postura sem escuta é vaidade.

Performance sem presença é ego.

Flexibilidade sem entrega é só mais um movimento corporal.


O Yoga começa quando o movimento vira silêncio. Quando o foco deixa de estar em como você se parece por fora, e se volta ao que você sente por dentro. Quando a respiração vira âncora. Quando a prática te ensina a ser mais gentil, mais atento, mais presente — dentro e fora do tapetinho.


Na tradição do Yoga, os asanas existem como uma das oito partes do caminho. Eles não são o objetivo final, mas uma ferramenta de purificação, fortalecimento e preparação. Quando alguém transforma o asana em objetivo, o caminho se perde.


O que eu ensino aqui

No meu Shala, a prática é completa. Sim, a gente faz posturas. Algumas desafiadoras, outras restaurativas. Sim, a gente se movimenta, sua, respira. Mas isso tudo vem com uma intenção: de voltar pra si. De cultivar presença. De silenciar a mente.


A gente conversa. A gente ri. Mas também sabe se recolher.

Eu ensino os alunos a respeitarem seus limites, a escutarem o corpo, a reconhecerem os dias bons e os difíceis. Ensino que tudo faz parte. Que Yoga não é sobre fazer bonito, é sobre se tornar verdadeiro.


E por que isso importa tanto?

Porque estamos cansados. Vivemos num mundo onde tudo é cobrança. Precisamos de um espaço onde seja possível descansar sem culpa. Onde possamos ser acolhidos até quando não conseguimos encostar as mãos no chão.


Se o Yoga se transforma em mais um espaço de comparação, de exigência, de busca por perfeição... então ele perde seu valor. Vira só mais uma vitrine.

E o que eu ofereço não é uma vitrine.

É um templo.


Aqui, o Yoga é inteiro

Aqui, valorizamos o tempo da respiração tanto quanto o da postura. O momento de relaxamento é sagrado. O silêncio tem peso. O mantra tem sentido. A meditação é parte da jornada, e não um adorno. O que importa não é quantas posturas você domina, mas quanto você está disposta a se conhecer de verdade.


Por isso, se você busca um lugar pra treinar poses, talvez o Shala não seja pra você.

Mas se você busca um lugar pra voltar pra si — com honestidade, com profundidade, com presença —, aqui é sua casa.


Um convite sincero

Se você leu até aqui, talvez esteja buscando mais do que flexibilidade física. Talvez esteja pronta pra abrir um novo espaço dentro de si. Um espaço onde o Yoga não é só postura, é escuta. Não é só técnica, é alma. Não é só prática, é caminho. E esse caminho não é fácil. Ele exige presença. Exige humildade. Exige entrega. Mas te leva pra dentro. E ali, dentro, existe paz.

 
 
 

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