Bhagavad Gita significa "A canção do Senhor" e descreve o diálogo de Krishna com Arjuna. O Bhagavad Gita faz parte de uma obra sagrada do Hinduísmo chamado Mahabharata, um épico indiano.
De acordo com o Bhagavad Gita, há inúmeros caminhos para se alcançar o divino. Há tantos caminhos quanto seres humanos na terra. Cada qual tem que iniciar sua busca da iluminação segundo seu próprio entendimento. Esse entendimento depende da personalidade de cada um que o Bhagavad Gita descreve como devoção (bhakti Yoga) , ação reta (karma yoga), meditação e sabedoria(Jnana Yoga).
Um aspecto interessante do Bhagavad Gita é a sua universalidade e atemporalidade. Quaisquer que sejam as necessidades de um dado povo ou época, essa escritura falará a todos do patamar mais elevado.
Os ensinamentos se preocupam muito com com a prática do que com a crença de cada um, por isso não é um livro especificamente hindu: ele abrange qualquer tempo, qualquer crença, qualquer um que esteja buscando vencer a luta contra o ego e a ignorância e alcançar a luz da auto realização.
Para entender o Bhagavad Gita, é importante entender toda a história de Mahabharata que descreve uma batalha entre os irmãos Pandavas e os Kauravas. Eles são primos. Mas o texto é todo alegórico. Os exércitos representam a oposição que existe dentro de cada um de nós entre nossas tendências superiores e inferiores. A guerra sem si simboliza nossos conflitos internos.
As propostas no Gita aplicam-se a todos os níveis da vida: material, mental, emocional e espiritual. Os personagens representam as qualidades psicológicas dos seres humanos.
Os Pandavas eram descendentes de Pandu. Os 3 primeiros filhos de Pandu eram de sua esposa Kunti e os dois filhos mais novos, eram de sua esposa Madri.
Os Pandavas
Pandu, o pai dos Pandavas, simboliza o discernimento, ou buddhi.
Kunti, a mãe dos três primeiros Pandavas, representa o poder da serenidade.
Os 3 Pandavas mais velhos são Arjuna, Bhima e Yudhisthira.
Madri, a mãe dos dois Pandavas mais jovens (que são gêmeos) representa o poder do apego à serenidade.
O Pandava mais jovem, Sahadeva, representa o primeiro chakra, Muladhara.
Nakula, o gêmeo mais velho, representa o segundo chakra, Swadisthana.
Os dois primeiros chakras, também se relacionam respectivamente a Yamas e Niyamas que são os preceitos éticos e morais do Yoga. É o poder de evitar o erro e aderir ao acerto.
Cada Pandava corresponde a um dos 5 chakras.
Draupadi, esposa dos 5 irmãos Pandavas representa o poder da kundalini.
Arjuna, príncipe dos devotos, representa o terceiro chakra, Manipura, o sólido autocontrole.
Bhima, representa o quarto chakra, Anahatha, que tem a qualidade do coração e controle da força vital.
Yudhisthira representa o quinto chakra, Vishuddha
Os Kauravas
Dhritarashtra, pai dos Kauravas, nasceu cego representando os aspectos da mente que só conseguem perceber a realidade através dos sentidos (cego que somos espiritualmente).
Sua mãe era Ambika que representa a dúvida negativa.
Sanjaya é o secretário pessoal do rei cego Dhritarastra, representa a introspecção. Só ele pode trazer a verdadeira realidade à mente cega.
Sanjaya tem o dom de ver eventos à distância (divya-drishti). Ele que narra os acontecimentos para o rei cego.
A primeira esposa de Dhritarashtra, Gandhari representa poder do desejo. Ela tem cem filhos de uma vez na mesma gestação. Seu primeiro filho é Duryodhana que simboliza os desejos do ego.
Os outros irmãos são Bhisma que representa o ego, Karna representa o apego, e outros que não caberia falar aqui.
Outros personagens
Drona é um mestre que foi guru tanto dos Pandavas quanto dos Kauravas. Drona representa a força do hábito. Drona tem a função de ensinar as artes marciais e principalmente a prática de ser arqueiro, função mais importante da época.
O arco representa a espinha dorsal (onde estão os chakras).
A flecha representa o poder da concentração.
O melhor aluno de Drona foi Arjuna.
Quando o arco está estirado, a corda lembra a espinha e a madeira encurvada se parece com a frente do corpo. Quando viramos o arco, podemos visualizar também as sobrancelhas como as duas metades curvas de um arco, sendo o ponto central entre ambas a parte onde se firma a flecha.
A flecha então simboliza o terceiro olho.
Na história, Drona fica ao lado dos Kauravas, mostrando que apenas a força do hábito não é suficiente para passar por testes psicológicos e espirituais. Até os bons hábitos precisam ser modificados pela inspiração divida.
O Bhagavad Gita é acima de tudo uma alegoria da evolução da alma.
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